Desenho Neurográfico é um termo cunhado em 2014 pelo arquiteto e psicólogo russo Pavel Piskarev, que o define como um processo de desenho criativo que estimula novos caminhos neurais combinando arte e psicologia. De acordo com o autor, estes exercícios promovem a aprendizagem, a memória, o relaxamento, a reflexão e o autoconhecimento. Independentemente dos aspetos anteriores, é um bom exercício para experimentares materiais e suportes, os aspetos caracterizadores da linha, da cor e do valor enquanto elementos plásticos.
Para realizar este exercício, será necessário papel cavalinho ou de gramagem superior, no formato A4 ou no formato A3, marcador/caneta de feltro preta à base de álcool, marcadores “brush” à base de água ou lápis aguareláveis e pincéis com depósito.
Numa folha de papel com o marcador preto, desenha linhas contínuas com gestos fluídos descrevendo curvas, ondas ou formas mais geométricas. Podes cruzar linhas e fazer linhas fechadas independentes como circunferências, triângulos ou quadrados. Termina sempre as linhas nas margens, não as deixes “penduradas" no meio da folha.
Nesta fase, com auxílio de um marcador mais grosso, vais eliminar as arestas e suavizar os cruzamentos da linhas, traça novamente sobre as linhas alterando a sua expressão, deixando secções mais grossas e outras mais finas dando expressividade à linha.
Agora, podes colorir os espaços em branco, aplicando cor a partir do seu contorno para o interior. Aplica algumas regras compositivas que ajudem a dar mais harmonia ao teu trabalho, como fazer trios da mesma cor sem serem contíguos, por forma a criarem triângulos visuais; ou utilizar as regras dos ímpares evitando que haja pares da mesma cor.
Se estiveres a utilizar lápis de cor aguareláveis, aplica mais pigmento junto dos contornos e, progressivamente, menos para o centro da forma. Depois, passa com um pincel molhado para diluir a tinta. Uma vez seco, podes voltar a aplicar o lápis com um tom mais escuro da mesma cor. Em alternativa, podes utilizar marcadores “brush” à base de água e utilizar um “blender” para trabalhar a gradação das cores.
No exemplo que fizemos, utilizámos marcadores sobre os quais aplicámos lápis de cor da mesma tonalidade e branco para criar volume.